De origem Tupi, o nome Pitaguary, em documentos oficiais dos séculos XVII, XVIII e XIX, designa uma serra, um terreno, um lugar ou um sítio. Provavelmente, é um termo derivado do nome Potiguara, etnia que em 1603 ocupou extensas terras na costa cearense (Studart Filho, 1963).
Entre 1859 e 1861, quando da passagem no Ceará da Comissão Científica de Exploração, primeira expedição nacional voltada para a pesquisa e conhecimento do Brasil, membros desta expedição aportaram na região de serras conhecida dos índios Pitaguary: Pacatuba, Monguba e Aratanha.
Entretanto, o domínio do Estado sobre os índios após a expulsão dos jesuítas proporcionou uma perda de visibilidade indígena que só começou a mudar na segunda metade do século XX. A partir da década de 1980, com a mobilização do povo Tapeba, voltou-se a falar sobre a presença indígena no Ceará. Na década de 1990, os Pitaguary começaram a se organizar politicamente para pressionar pela demarcação de suas terras.
Atualmente, vivendo no “pé da serra” entre os municípios de Maracanaú e de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, os Indígenas Pitaguary organizam-se em quatro aldeias (Horto, Olho d’água, Monguba e Santo Antônio). Essa terra é socialmente marcada por acontecimentos que evocam a memória coletiva desse povo. Uma história permeada por lutas, resistências e uma forte disposição para valorizar suas tradições e promover seu reconhecimento.